19/02/2016

Domingo gordo

Quando eu era criança não me recordo de existirem coisas que me tirassem a vontade de sair de casa num Domingo gordo. Talvez só o frio, como neste Domingo de entrudo.
Gostava de me mascarar de cowboy, com uma pistola de fulminantes num coldre, um chapéu e uma estrela de xerife na lapela. Lembro-me que gastava os fulminantes todos no primeiro dia, e depois já não me compravam mais.
Três décadas e picos depois, a malta dessa idade continua a mascarar-se, já não de cowboy, que não gosto de pistolas, mas de "Darth Vaders" ou princesas. Lá fora estava frio, não dava mesmo para sair de casa.
Enquanto desenhava, o meu cunhado fazia qualquer coisa no telemóvel, metido quase dentro da lareira. A pequenada jogava à vez num "ai-páde", e a minha mãe fazia uma mantinha de malha para um bebé que vai nascer. Naquele instante, e olhando para a televisão, tive saudades da minha pistola de fulminantes...

When I was a child I do not remember the things that could force me to stay at home in a Carnival Sunday. Perhaps only the cold, as this Sunday.
I used to use a cowboy mask, with a fulminating gun in a holster, a hat and a sheriff's star on the lapel. I remember I spent the bullets all in the first day, and then nobody cares about buying more.
Three decades and some years later, the kids this age continue to mask themselves, no longer as cowboys, I do not like guns, but as "Darth Vaders" or princesses. Outside it was cold, it was impossible to leave.
While drawing, my brother in law was doing something on the phone, almost inside the fireplace. The little ones were playing in their turns in the ipad, and my mother was doing a wool mesh for a baby to be born. At that moment, staring at the TV, I missed my fulminating pistol...




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